quarta-feira, 15 de abril de 2009

Laboratório de Pequenos Meios - ementa

Ementa

Recursos da língua aplicados às diferentes linguagens de produção jornalística em pequenos meios; características e funcionamentos dos estilos direto, indireto e livre aplicados nos discursos jornalísticos nos pequenos meios; funções da linguagem aplicadas aos discursos jornalísticos nos pequenos meios; as propriedades e leis específicas dos pequenos meios e sua repercussão na concepção do trabalho de edição; a edição como método e enquanto processo; formulação de políticas editoriais em pequenos meios; edição e demanda dirigida; edição enquanto pesquisa experimental; os pequenos meios e o público; a influência das novas tecnologias gráficas, auditivas e visuais para atividade de edição de pequenos meios; redimensionamento da noção de público gerando pequenos meios como novas estratégias e novos modos de comunicação.

Objetivos

Conhecer várias técnicas de expressão utilizando os recursos das artes gráficas.
Desenvolver projetos editoriais que visem uma comunicação direta com o público.
Possibilitar o domínio de todo o processo de editoração: redação, composição, diagramação, arte-final, montagem e apresentação das publicações.

Programa

Edição de postais e folder de difusão cultural, institucionais ou educativos.
Edição de jornal mural periódico.
Edição de brochura: revista, agenda, almanaque, fanzine, cartilha ou boletim.


Metodologia

Os projetos editoriais serão realizados pelos alunos utilizando-se quaisquer processos, dos métodos artesanais aos recursos de informática.
Impressão em fotocopiadoras ou impressoras lazer.
Os projetos serão realizados individualmente ou em grupos organizados na disciplina, podendo estabelecer parcerias com associações, grupos comunitários ou entidades e organismos não-governamentais.

Avaliação

Participação em sala de aula e exercícios.
Produção editorial.


Referências bibliográficas

CALLADO, Ana Arruda e ESTRADA, Maria Ignez Duque.
Como se faz um jornal comunitário. Coleção Fazer, n° 16. Petrópolis, RJ: Vozes, 1985.
CHINEN, Nobu (org).
Curso completo Design Gráfico. São Paulo: Editora Escala, 2009.
COLLARO, Antonio Celso.
Projeto gráfico: teoria e prática da diagramação. Novas buscas em comunicação, v. 20. São Paulo: Summus, 1987.
EISNER, Will.
Narrativas gráficas. São Paulo: Devir, 2005.
GUIMARÃES, Edgard.
Fanzine. Coleção Quiosque nº 2, 3ª ed. João Pessoa: Marca de Fantasia, 2005.
MAGALHÃES, Henrique.
O que é fanzine. Coleção Primeiros Passos n° 283. São Paulo: Brasiliense, 1993.
MAGALHÃES, Henrique e ALBUQUERQUE, Sandra Maria C. de.
A saga arrebatadora de Se Toque. João Pessoa: Marca de Fantasia, 1997.
MAGALHÃES, Henrique.
O rebuliço apaixonante dos fanzines. João Pessoa: Marca de Fantasia, 2003.
MAGALHÃES, Henrique.
A nova onda dos fanzines. João Pessoa: Marca de Fantasia, 2004.
MAGALHÃES, Henrique.
A mutação radical dos fanzines. João Pessoa: Marca de Fantasia, 2005.
Manual de Jornalismo Popular. São Paulo: PUC, 1988.
Manual do Cartazista. Rio de Janeiro: Senac, 1982.
MARAT, Marcelo.
A palavra em ação: a arte de escrever roteiros para histórias em quadrinhos. 3ª ed. João Pessoa: Marca de Fantasia, 2006.
NICOLAU, Marcos (org.).
Manual de Publicidade & Propaganda. Volume I: Linguagem & mídia. João Pessoa: Idéia, 2000.
RAMOS, Paulo.
A leitura dos quadrinhos. São Paulo: Contexto, 2009.
SILVA, Rafael Souza.
Diagramação: o planejamento visual gráfico na comunicação impressa. Novas buscas em comunicação, v. 7. São Paulo: Summus, 1985.
SILVEIRA, Norberto.
Introdução às artes gráficas. Porto Alegre: Sulina/ARI, 1985.
SOUTIER, Velcy.
Letras & Cartazes, série Artes n° 8. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1986.

Outras referências afins

ALCURE, Lenira; FERRAZ, Maria N. S.; CARNEIRO, Rosane.
Comunicação verbal e não-verbal. Rio de Janeiro: Senac, 1996.
BELTRÃO, Luiz.
Folkcomunicação: a comunicação dos marginalizados. São Paulo: Cortez, 1980.
BOMFIM, Gustavo Amarante.
Idéias e formas na história do design: uma investigação estética. João Pessoa: Editora Universitária UFPB, 1998.
FARINA, Modesto. Psicodinâmica das cores em publicidade. São Paulo: Edgard Blücher, Ed. da Universidade de São Paulo, 1975.
KNAPP, Wolfgang.
O que é editora. São Paulo: Brasiliense, 1986.
MALANGA, Eugênio.
Publicidade: uma introdução. São Paulo: Atlas, 1979.
MOLES, Abraham.
O Cartaz. São Paulo: Perspectiva, 1974.
NICOLAU, Marcos.
Curso de criação e personalização de Marcas. João Pessoa: Idéia, 2000.
NICOLAU, Marcos.
Dezcaminhos para a criatividade. João Pessoa: Idéia, 1998.
Novo Manual da Redação. São Paulo: Folha de S. Paulo, 1992.
POLARY, Márcia e CÂMARA, Mônica.
Outdoor. João Pessoa: Editora Universitária, 1995.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Pequenos Meios - definição


1. Definição


Os Pequenos Meios podem dar a entender tratar-se de uma comunicação de alcance limitado ou sem importância, no entanto, este tipo de processo comunicativo, por suas características e estratégias, é justamente o inverso. Com mais propriedade, os Pequenos Meios podem ser denominados de Comunicação Dirigida, Comunicação Institucional e Comunicação Comunitária, e são empregados de modo tão eficaz por profissionais de Jornalismo, Publicidade e de Relações Públicas.

Cabe aos Pequenos Meios um espaço próprio de atuação por apresentar características particulares e atingir de forma oportuna e objetiva a excelência na comunicação com seu público. Em muitas campanhas educativas ou publicitárias, os Pequenos Meios são utilizados como complemento aos Meios de Comunicação de Massa. De acordo com seus objetivos e pertinência, chegam, por vezes, a substituir os meios massivos, atingindo com mais precisão o público a que se destinam.

Os suportes utilizados pelos Pequenos Meios podem ser os mesmos que os de difusão em larga escala. O que os diferencia são a maneira como são empregados e seus objetivos. Caracterizam os Pequenos Meios a forma de produção coletiva, o público dirigido, a linguagem apropriada, a interação com o público e o engajamento social.

Forma de produção

Quase sempre os Pequenos Meios são produzidos por pequenos grupos, o que facilita a participação efetiva de seus membros. Nos meios empresariais, próprios aos grandes meios, existe uma hierarquia clara e rígida, com chefias e subchefias, diretorias e funções específicas para cada sujeito dentro da estrutura organizacional e produtiva. Essa divisão gera a alienação do trabalho, onde cada membro conhece apenas uma parte do produto acabado, sem o domínio completo sobre o processo produtivo.

Como nos meios massivos, nos Pequenos Meios a distribuição racional de funções é feita de acordo com a habilidade de cada um, no entanto, neste o poder de decisão é partilhado por todos. Isto possibilita maior interação do grupo, mais dinamismo e mesmo alternância de funções. Esta mobilidade faz com que cada membro conheça todas as etapas de produção, adquirindo uma visão geral sobre o meio de comunicação utilizado.

Público dirigido

O conhecimento do público é fundamental para a produção dos Pequenos Meios. Ao contrário dos processos industriais, cujo universo a ser atingido é amplo, de certa forma difuso e de difícil apreensão, nos Pequenos Meios o público é dirigido, restrito a uma comunidade, determinado por objetivos e interesses comuns.

O público dos Pequenos Meios pode ser formado pelos clientes de uma empresa, por associados de um clube de cultura e lazer, por simpatizantes de grupos políticos e organizações não governamentais, por funcionários de órgãos oficiais ou mesmo por aficionados e fãs-clubes.

Linguagem

Para o estabelecimento da comunicação direta, que atinja da melhor forma seu objetivo, a familiaridade com o público é imprescindível. Para isto, faz-se necessário a utilização de uma linguagem comum, própria da comunidade a que o veículo se dirige. Esta linguagem pode caracterizar-se pelo uso de jargões de campos profissionais, pelo universo particular da gíria, pelo modo próprio de expressão da comunidade em vista.

O domínio da linguagem empregada dá-se pela interação dos produtores dos Pequenos Meios com o público. Salvo quando são produzidos por empresa de comunicação, os produtores comumente pertencem à própria comunidade.

Relacionamento

Uma das principais funções dos Pequenos Meios é a troca de informações, onde a participação efetiva do público garante a horizontalidade da comunicação. Não deve haver por parte dos produtores imposição de conteúdo ou barreiras para interação com o público. Quanto maior a interação entre produtores e o público mais eficaz será a comunicação. É importante buscar na audiência a participação por meio de opinião, colaboração, crítica e na própria produção dos Pequenos Meios.

Um bom exemplo da participação do público se dá nas rádios comunitárias, seja pelo envio de e-mails, seja pela utilização de chamadas telefônicas muitas vezes com emissão ao vivo. O público participa, também, por meio de representação de entidades comunitárias que formam, o conselho de programação do veículo.

Engajamento social

O objetivo dos Pequenos Meios é difundir informações e promover a integração do grupo e da comunidade por meio da comunicação. Dessa forma, os Pequenos Meios não têm por objetivo o lucro no sentido pretendido pelos veículos comerciais. Quando realizados por amadores, são produções auto-sustentáveis, que contam com o compromisso do público para sua manutenção. Se produzidos por empresas ou associações, têm como objetivo oferecer um canal de comunicação e a harmonização com o público.

Para a garantia de sua independência os Pequenos Meios não utilizam, ou procuram fazê-lo com critério, as fontes de recursos comerciais empregados nos meios de comunicação de massa, como a publicidade. Em muitos casos, os Pequenos Meios são mantidos por grupos independentes, organizações não governamentais, instituições oficiais ou empresas, que destinam recursos de seu orçamento para sua produção.

2. Veículos

Os Pequenos Meios não se restringem aos processos artesanais e rudimentares de comunicação. Dependendo do veículo utilizado, do orçamento disponível e dos objetivos programados, os Pequenos Meios podem ser produzidos com instrumentos simples ou com os mais avançados recursos tecnológicos, desde que orientados para seus princípios.

Pode-se utilizar para a produção dos Pequenos Meios desde o mimeógrafo até o computador, este servindo tanto para a produção de base, como textos e ilustrações, quanto para a veiculação de mensagens, com conexão em redes.

Temos Pequenos Meios nos meios eletrônicos e nas telecomunicações com os blogs, sítios e mensagens circulares na internet, as rádios e TV livres ou comunitárias; como impressos, nos mais diversos formatos, do livro de autor ao jornal da associação de bairro, do boletim de empresa ao panfleto de partido político, além de folhetos, revistas, fanzines, jornais murais, manuais, folders, cartões postais, volantes, fanzines, cordéis e toda sorte de publicações independentes e amadoras.

Mesmo os painéis de rua, mais apropriados para campanhas publicitárias de massa, podem servir aos Pequenos Meios quando feitos em peça única ou em pequenas tiragens por métodos artesanais. Neste caso, eles são produzidos para um público dirigido, com mensagens voltadas ao interesse de determinada comunidade. Incluem-se nesse caso os murais e grafites como expressão artística e de comunicação.